sábado, 26 de dezembro de 2009

Brasil deve enviar avião da FAB para ajudar vítimas no Suriname

O governo brasileiro deve enviar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para Albina, no Suriname, para ajudar os brasileiros que foram vítimas de um ataque de um grupo de surinameses, informou neste sábado o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).

Segundo o Itamaraty, a data de partida da missão ainda não foi definida, mas o envio da aeronave deve ocorrer "o quanto antes".

Ainda não se sabe ao certo também o que será levado às vítimas, já que o Ministério avalia quais os itens de maior relevância. A assessoria de imprensa do Ministério também não soube informar de onde deve partir o voo da FAB.

O número de mortos e feridos no ocorrido também ainda não foi confirmado oficialmente. Anteriormente, foi divulgado que a violência teria deixado 14 feridos. Segundo o brasileiro Paulo da Silva, que testemunhou o ataque e falou por telefone com a Folha Online do Hotel Esmeralda, na capital Paramaribo, ao menos quatro pessoas teriam morrido na ação.


O MRE não confirmou se será divulgada uma lista com os nomes dos brasileiros que foram vítimas do ataque, já que, para isso, o governo dependeria da autorização das pessoas envolvidas.

Facões e machados foram utilizados no ataque contra os brasileiros, realizado durante a noite de Natal. Além disso, os surinameses supostamente estupraram mulheres no incidente, ocorrido em Albina, que fica a 150 quilômetros de Paramaribo.

O incidente foi motivado por um crime supostamente cometido por um brasileiro, gerando uma reação dos "marrons" --como são chamados os descendentes quilombolas no país, segundo o embaixador brasileiro no Suriname, José Luiz Machado e Costa.

"Esses marrons dominam aquela região. O assassinato de um deles desencadeou uma reação muito forte e indiscriminada contra os brasileiros que estavam lá. Houve muita agressão, houve muitos feridos", disse. "Na cidade vivem cerca de 2.000 brasileiros".

Albina, que possui cerca de 10 mil habitantes, tem um grande contingente de brasileiros que vão trabalhar com garimpo no outro lado da fronteira --o que é proibido pelas leis daquele território, que ainda pertence aos franceses.

Além de atacar os brasileiros, o grupo invadiu um shopping center e outras lojas da cidade. Os moradores locais chegaram a incendiar algumas lojas e bombeiros de Saint Laurent du Maroni, na Guiana Francesa, ajudaram a extinguir as chamas.

Costa disse ainda que dificilmente os brasileiros voltarão para Albina após o ataque. "Não acredito que queiram voltar. Eles estão falando em chacina, em assassinato em massa, eles estão muito assustados", relatou o embaixador.

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